Se você é um profissional da saúde – médico, dentista, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista etc. – e atua como autônomo ou tem clínica própria, saiba que é de suma importância compreender que separar as finanças pessoais das empresariais vai além de uma prática de gestão. Trata-se de uma necessidade!

Misturar as contas, os cartões e os recursos pode parecer um ato inofensivo no início, porém, com o passar do tempo, pode ser o responsável por causar uma série de problemas financeiros e tributários.

Ao longo deste conteúdo, você vai entender por que manter essa separação é tão necessária e como implementar essa prática de forma eficiente no seu dia a dia. Continue a leitura!

Por que os profissionais de saúde costumam misturar as finanças?

Os profissionais de saúde, mas também muitos empresários, costumam misturar as contas pessoais com as da empresa. Isso pode acontecer por inúmeros fatores, dentre os principais:

  • Falta de conhecimento em finanças: uma formação em saúde costuma ser muito técnica, o que faz com que grande parte dos profissionais saiam da faculdade com um conhecimento clínico completo, mas sem uma base sobre finança e/ou administração.
  • Excesso de autonomia: os profissionais liberais, por terem total autonomia para administrar os seus horários, seus consultórios e seus pacientes, às vezes, ignoram a necessidade de tratar as atividades burocráticas de uma empresa.
  • Falta de organização no início da carreira: na maioria dos casos, o profissional acaba utilizando a conta bancária pessoal para receber dos seus pacientes, pagar os fornecedores e realizar compras pessoais. Essa prática é muito comum no início da carreira, podendo se estender e virar um ato perigoso para as finanças.
  • Volume financeiro que aparenta ser pequeno: quando os valores envolvidos são menores, pode parecer prático unir tudo. Porém, mesmo os pequenos valores podem se tornar grandes problemas.

Conheça os riscos em unir as finanças pessoais com as empresariais

Separar as finanças não é uma mera formalidade, é uma prática fundamental para garantir a estabilidade financeira, a segurança jurídica e o crescimento sustentável do negócio.

Saiba quais os principais riscos em manter contas pessoais e empresariais unidas:

Falta de clareza sobre a real lucratividade

Você sabe quanto está tendo de lucro mensalmente? Quando as contas estão misturadas, torna-se difícil conseguir obter essa resposta de maneira precisa.

Isso porque você pode estar ganhando bem, porém, gastando além do necessário, seja pessoal ou profissionalmente. 

De modo geral, essa falta de controle acaba impedindo as tomadas de decisão assertivas e o crescimento sustentável dos negócios.

Dificuldade de investir no negócio

Se não houver uma análise detalhada, torna-se complexo saber se existem recursos disponíveis para serem investidos, por exemplo, em novos equipamentos, na contratação de colaboradores, no reforço do espaço físico ou no marketing digital. 

A sensação é de que o dinheiro parece estar lá, porém, a origem e o destino não ficam claros.

Problemas com a Receita Federal

A Receita Federal exige que todas as movimentações financeiras sejam bem documentadas, ou seja, quando as pessoas física e jurídica se unem, tendem a aumentar as chances de cair na malha fina, de ter que pagar multas e, em casos mais graves, de responder por crime tributário.

Comprometimento da vida pessoal

Quando os negócios passam por uma fase ruim e não se tem uma separação financeira, há o risco de as contas pessoais serem afetadas de maneira direta. O ato impacta na qualidade de vida, podendo gerar estresse e comprometer a saúde mental do gestor. 

Benefícios de manter as finanças pessoais e empresariais separadas

Como falado, manter as finanças pessoais e empresariais separadas é uma prática importante para a saúde financeira de todo e qualquer negócio. Quando falamos dos profissionais de saúde, a prática se torna ainda mais importante devido às características específicas da área, como a alta movimentação financeira e as obrigações fiscais mais rigorosas.

Veja, a seguir, os principais benefícios de manter essa separação:

  • Clareza financeira: é possível saber exatamente quanto a sua atividade profissional gera de receita, os custos fixos e variáveis, o lucro e quanto pode ser reinvestido. Essas informações auxiliam no crescimento de maneira organizada.
  • Melhora na gestão dos negócios: com as finanças organizadas, você pode tomar decisões estratégicas se baseando em dados reais. Pode, ainda, identificar erros, eliminar desperdícios, planejar investimentos e aumentar a eficiência operacional.
  • Mais segurança fiscal e jurídica: com uma separação adequada, fica mais fácil cumprir com as obrigações tributárias, prestar contas para o fisco, evitar autuações e pagar menos impostos, tudo de maneira legal.
  • Aumento da credibilidade: profissionais organizados conseguem ganhar mais respeito do mercado, dos pacientes e dos parceiros comerciais, abrindo possibilidades para novos negócios e parcerias.
  • Mais facilidade para obter crédito: os bancos e as instituições financeiras costumam analisar a saúde financeira da empresa, a fim de conceder crédito. Assim, tendo contas organizadas e relatórios claros, há mais chances de conseguir aprovações e melhores condições de negociações.

É hora de separar as suas finanças pessoais das empresariais

Como pudemos compreender até aqui, a separação das finanças pessoais e empresariais é um aspecto necessário para garantir a saúde financeira de todo e qualquer negócio, principalmente dos profissionais de saúde.

A mistura desses “dois mundos” pode causar desorganização, problemas com o fluxo de caixa, dificuldades nas tomadas de decisão e complicações fiscais

E, para ajudá-lo nesse processo, montamos um guia para você separar as suas finanças de forma simples e segura:

Formalize a sua atividade

Se você atua como pessoa física, indica-se avaliar a possibilidade de abrir um CNPJ. Isso porque profissionais de saúde podem optar pelo Empresário Individual ou Sociedade Limitada, por exemplo. Essa formalização permite abrir uma conta bancária PJ, emitir notas fiscais e organizar melhor as obrigações tributárias.

Abra uma conta empresarial

Não é mais hora de utilizar a conta pessoal para receber pagamentos dos pacientes ou pagar fornecedores. Assim, com uma conta empresarial, você terá mais controle e poderá emitir boletos, realizar transferências empresariais e manter o fluxo de caixa separado do orçamento pessoal.

Tenha um pró-labore definido (salário do dono)

Você precisa ser remunerado pelo trabalho que realiza na empresa. Para isso, estabeleça um valor mensal como salário e transfira esse valor da conta da empresa para a sua pessoal. 

Assim, você passa a ter um orçamento definido, evitando mexer no caixa da empresa de forma desorganizada.

Sempre controle o fluxo de caixa

É indicado ter uma planilha ou um contador para acompanhar todas as entradas e saídas da empresa. Além disso, separe os gastos da clínica (aluguel, salários, materiais) dos pessoais (moradia, alimentação, transporte e lazer).

Faça suas reservas

Procure manter uma reserva de emergência para os negócios e outra para a vida pessoal. Essa separação pode ajudar a passar por momentos de crise, tudo sem comprometer a estabilidade financeira de ambos os lados.

Invista em ferramentas e sistemas de gestão

Atualmente, existem diversos sistemas de gestão voltados para profissionais de saúde, permitindo controlar os agendamentos, os prontuários, as finanças e os relatórios. A maior parte dessa tecnologia conta com integração com sistemas bancários e contábeis, facilitando a separação das contas.

Contador e o seu papel na organização financeira

Ter um profissional contábil de confiança é, sem dúvidas, o melhor investimento que todo profissional de saúde pode fazer. O contador auxilia em toda parte fiscal e tributária, além de oferecer orientações estratégicas sobre:

  • a escolha do melhor regime tributário (Simples Nacional, Lucro Real, Lucro Presumido);
  • a elaboração de demonstrativos financeiros;
  • a definição de um pró-labore adequado;
  • a retirada de lucros;
  • os possíveis problemas com a Receita Federal;
  • a escolha do melhor modelo de empresa;
  • a redução, de maneira legal, da carga tributária.

Em resumo, separar as finanças pessoais das empresariais é um passo fundamental para qualquer profissional de saúde que queira crescer de forma segura e por meio de uma visão estratégica.

Se você é autônomo, dono de um pequeno consultório ou clínica com inúmeros colaboradores, saiba que a saúde do seu negócio começa por meio de uma gestão financeira organizada.

Ao fazer o uso correto das práticas citadas e separar as finanças pessoais das empresariais, você evita problemas fiscais e pessoais, podendo alcançar novos rumos na sua carreira.

Lembre-se: a saúde financeira também importa, assim como a dos seus pacientes. 

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